Foto: Renan Mattos (Diário)
Desde a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, a corporação ganhou autonomia administrativa e financeira
Desde a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar (BM), em janeiro deste ano, a corporação ganhou autonomia administrativa e financeira. Ao conquistar a emancipação, a organização teve de criar um braço administrativo, prerrogativa que antes era da BM. Para dar sustentação ao modelo independente, o Corpo de Bombeiros tem recebido investimentos na estrutura física e de pessoal.
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Em dezembro do ano passado, a frota de Santa Maria ganhou duas pick-ups Hilux e três Renault Logan. Em abril, foram recebidos dois caminhões-tanque autobomba e um micro-ônibus. Modernos, os caminhões armazenam até 5 mil litros de água e 500 litros de espuma - esse último material serve para o combate a incêndios próximos a líquidos inflamáveis. Em acidentes de trânsito, por exemplo, os bombeiros tinham de carregar bombonas de espuma. Na mesma leva, o quartel de São Gabriel também recebeu um caminhão-tanque.
No sábado passado, 30 alunos foram habilitados ao posto de segundo sargento, para atuação na região. A formatura ocorreu em Santa Maria, um dos polos de formação e habilitação de bombeiros no Estado. Além de progressão de carreira, a formação representa mais servidores com poder de decisão podendo ocupar postos de liderança.
Para buscar orientações sobre o formato autônomo, o comando de Corpo de Bombeiros tem conversado com outros Estados que foram desvinculados da BM ou que nasceram independentes na Constituição de 1988.
- Assim, estamos abreviando uma série de entraves que teríamos mais adiante - disse o tenente-coronel Cláudio Ricardo Pereira, comandante do 4º Batalhão.
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Outra melhoria no batalhão está sendo realizada na estrutura física da sede, na Rua Coronel Niederauer. O telhado com mais de 50 anos está sendo trocado. Algumas salas chegaram a ficar sem uso nos últimos anos por conta do comprometimento. O investimento de cerca de R$ 300 mil contempla, além da reforma, as redes de energia e telefonia. Os recursos são do Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom).
Foto: Renan Mattos (Diário)
Tenente-coronel Cláudio Ricardo Pereira é comandante do 4º Batalhão
Efetivo dá conta da demanda, diz comandante
A desvinculação da Brigada Militar teve a vantagem de tornar a comunicação e a tomada de decisões por parte dos bombeiros mais rápida. No entanto, o Corpo de Bombeiros precisa usar os cerca de 2,3 mil homens e mulheres, em todo o Estado, para atacar todas as frentes. Além da atribuição da administração, os servidores ainda se desdobram para atender prevenção, combate ao fogo, busca e salvamento, além das atividades da Defesa Civil.
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O momento, segundo o tenente-coronel Cláudio Ricardo Pereira, comandante do 4º Batalhão, é de desafio. Nas palavras dele, de "fazer mais com menos". O efetivo de 231 bombeiros para os 33 municípios atendidos pelo batalhão supre a demanda, mas não chega a ser satisfatório. A boa notícia é que está prevista a contratação de 450 soldados, selecionados por concurso público, e mais 300 por contrato temporário. Os candidatos para as vagas temporárias, com validade de dois anos, podendo ser prorrogada por mais dois anos, já podem fazer um pré-cadastro no site, na aba serviços e informações, clicando em Programa Militar Temporário.
O concurso já foi realizado e está em fase de convocação dos aprovados para o exame psicológico. Ainda não se sabe quantos virão para Santa Maria e região. Os soldados temporários serão distribuídos nas regiões onde os aprovados se inscreveram, já que os bombeiros temporários não são transferidos, a menos que haja interesse dos selecionados.
Tecnologia
Aos poucos, a integração entre Estados gera frutos. Antes da desvinculação, a corporação passou a adotar um software de gerenciamento de ocorrências cedido gratuitamente pelo governo de Santa Catarina. O sistema chamado E193 permite a integração de dados de todas as cidades do Estado, permitindo a geração de relatórios que servem para fins de estatística, além de padronizar e informatizar os registros, que antes eram documentados em papel.
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O outro programa usado pelos bombeiros, o Sisbom, de gerenciamento de alvarás, também deve passar por uma modernização. A Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs) já trabalha no projeto.
Como a disponibilidade de efetivo na corporação ainda não é a ideal, outra iniciativa envolvendo o uso de tecnologia teve início na última segunda-feira. Uma nova turma do Curso Técnico em Segurança Pública, mesmo sendo realizado em Santa Maria, começou a assistir aos módulos na modalidade de Educação a Distância (EAD). Cerca de 600 alunos serão formados pela plataforma EAD, cuja central fica na Academia de Bombeiros em Porto Alegre e evita o deslocamento de efetivo para a base física educacional, deixando os quartéis defasados.
Foto: Renan Mattos (Diário)
O 4º Batalhão de Bombeiros (sede em Santa Maria)
- Atende 33 municípios
- Compreende 9 quartéis, sendo 3 em Santa Maria (Centro, Camobi e Parque Pinheiro Machado) e outros 6 em São Sepé, Santiago, São Gabriel, Restinga Sêca, São Pedro do Sul e Caçapava do Sul
- O efetivo é formado por 231 bombeiros
Frota nova
- 3 Renault Logan novos
- 2 pick-ups Hilux novas
- 2 caminhões-tanque autobomba novos
- 1 micro-ônibus
Frota antiga
- 4 veículos Fiesta (dois serão remanejados para outras unidades em São Sepé e São Gabriel)
- 2 veículos Palio Weekend
- 2 caminhonetes S10 (uma irá para São Pedro do Sul)
- 4 caminhões (um em cada quartel de Santa Maria e um na reserva)
- 1 viatura de resgate